A chegada e permanência da Covid-19 agravou a situação dos pacientes com problemas músculo-esqueléticos em Angola. Mesmo antes da actual epidemia já era preocupante o atendimento destes pacientes. Num artigo publicado em 2019 alertava acerca da situação dos doentes com sequelas no aparelho locomotor. Quer víctimas de acidentes de viação, quer os que nascem com alguma deficiência física ou discapacidade não traumática estão agora num círculo pernicioso que protela a solução dos seus problemas. O crescente número de acidentes, sejam de viação, de trabalho ou na casa, ultrapassam a capacidade de atendimento dos serviços ortopédicos nos hospitais públicos. A massividade dos acidentados obriga a dedicar o maior tempo cirúrgico ao trauma. Isto tem dois efeitos nefastos. Primeiro deixa em “stand by” aos que têm distúrbios não traumáticos, e segundo, paradoxalmente, colapsa a capacidade de resposta cirúrgica para eles próprios. Uma vez que os serviços não podem resolver tudo o ...
[Santiago Castillo. Md]