Recentemente participei na Ortopedia 2014, o Congresso da Sociedade de Ortopedia e Traumatologia de Cuba, país onde nasci e me formei, mais onde não resido a mais de 20 anos. Foi bom, muito bom eu diria, reencontrei colegas, falei dos ausentes e aprendi ortopedia. Foi reconfortante verificar que apesar das dificuldades (e não são poucas) ainda se faz ciência naquelas bandas.
O evento teve como sede o hotel Ancon, em Trinidad, uma modesta cidade que por acaso faz 500 anos da sua fundação, tenho um especial agradecimento aos spirituanos pela maravilhosa acolhida e porque evidentemente se empenharão em que tudo fosse o melhor possível.
Não assisti as comunicações livres, embora tivesse uma para ser feita, porque sempre achei que nas comunicações tudo fica direitinho e como nos sabemos na ortopedia nem sempre é assim, mas participei das conferencias magistrais e da discussão de casos clínicos, os últimos são o tipo de atividade da minha preferência porque cada um aporta o melhor dos seus conhecimentos num ambiente descontraído e informal, onde o interesse principal e acertar no diagnostico e partilhar o que se sabe. Cada caso discutido foi uma aula de sapiência para todos, embora no particular só acertei num único diagnóstico.
Não poder participar neste tipo de eventos, talvez tenha sido das coisas mais saudosas em relação a Cuba nestes últimos anos, em que por motivos absurdos não me deixaram visitar a ilha. Uma coisa boa que tem a comunidade dos ortopedistas é que quando se encontra só fala de ortopedia, o resto não interessa. Assim fica mais fácil o convívio, assim fica mais fácil discutir do que verdadeiramente melhora nossa atuação profissional e a nossa qualidade humana.
Trinidad meu surpreendeu pelo austero da sua vida, pela beleza digna e antiga que conserva e claro, pelo passeio a cavalo que alguém providencio que teve como colofão uma comida caipira com tudo a rigor.
O próximo ano o congresso será em Camaguey, já decidi junto com o colega que me acompanhou nesta visita, que lá também estaremos a discutir casos clínicos, a conversar com os amigos dum passado que não passa e a visitar lugares da terra que me nasceu e que por imperativos da vida pouco conheço.
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