Aproveitando o ultimo feriado prolongado decidimos fazer uma nova jornada do projecto OSF (Ortopedia Sem Fronteiras)em pareceria com a Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA),na pessoa do Dr Stephen Foster, no Lubango. Desta vez fomos até Caluquembe, onde a IESA tem um dos hospitais mais antigos do pais,por sinal, o único que presta serviços médicos por essas bandas. Chegamos na 6ta e logo começamos a actuar,operamos uma psedoartrose da tíbia num jovem victima de accidente de motorizada,fizemos enxerto ósseo de cresta ilíaca e colocamos um fixador externo, tal e como seria recomendado em qualquer hospital de referencia.
Sempre imaginei que o Hospital de Caluquembe fosse mais o menos como um centro medico,mas estava totalmente enganado,trata-se um hospital com 300 camas, que tem uma maternidade,salas de internamento para crianças e adulto, bloco operatório e uma escolha de enfermagem,tem um corpo medico formado por um casal de médicos expatriados, que residem com os seus filhos dentro do perímetro do hospital.
“A maior parte do atendimento é feito por enfermeiros formados na escola do hospital e periodicamente os médicos do Centro Evangélico de Medicina de Lubango(CEML) fazem uma visita de 3 dias para resolver os casos mais críticos.”
Fiquei surpreso pela capacidade de trabalho do pessoal, que mesmo em condições adversas,com carências de agua e luz, entre a quinta feira e o sábado foi possível operar mais de 20 pacientes de problemas diversos. Por exemplo, sábado das 8 as 16 horas operamos pacientes com osteomielite cronica no fémur e na tíbia,uma fractura do fémur com 7 semanas de evolução, uma gangrena da perna, uma fístula vaginal,uma criança com pé boto recidivante bilateral,uma fractura da mandibula, etc. Cirurgias feitas não nas melhores condições, mas certamente com dedicação e profissionalismo,nenhum dos pacientes teve complicações intra-operatórias.
O Hospital Evangélico de Caluquembe é a única opção de atendimento medico de urgência em toda essa zona, provavelmente a senhora que durante a nossa visita foi operada de um embaraço ectopico teria graves complicações caso fosse transferida ao Hospital Central em Lubango que dista a mais de 150 Km, e o mesmo aconteceria com o paciente da grangrena na perna, de ai a importância duma atenção especial a esta instituição, para já, dois médicos e 300 leitos e uma equação que evidentemente não favorece um atendimento satisfatório.
Deste ultimo episódio do nosso projecto, só me resta agradecer o carinho com que fui recebido em Caluquembe, agradecer ao Dr Foster e sua esposa Peggy pela hospitalidade e pelo culto muito lindo na sua igreja no domingo antes do regresso,sem esquecer ao pessoal da SONAIR que fez tudo, mas tudo mesmo para que o voo fosse o mais confortável possível, a todos muito obrigado e até Novembro,em que estaremos novamente juntos numa jornada de 2 semanas que espero seja ainda mais proveitosa.
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